quarta-feira, 15 de junho de 2011

MODOS VERBAIS

MODOS VERBAIS

Modos são as diferentes formas que toma o verbo para indicar a atitude do falante em relação ao fato. Há três modos: indicativo, subjuntivo e imperativo.
a) Indicativo: apresenta o fato de uma maneira real, certa, positiva - eu estudo agora.
b) Subjuntivo: pode exprimir um desejo e apresenta o fato como possível ou duvidoso - queria que me levasses ao teatro.
c) Imperativo: exprime ordem, conselho ou súplica - limpa a cozinha, Maria. Além dos três modos citados, há as formas nominais ou verboides, assim chamadas por que têm também a natureza de nomes. Não fazem parte de um modo em si e são três, a saber:
1. Infinitivo: lembra um substantivo ou verbo com sentido indefinido. Subdivide-se em impessoal e pessoal. a) Impessoal - não flexionado. Ex.: viver é bom. b) Pessoal - flexionado. Ex.: é útil pesquisarmos.
2. Gerúndio: funciona como um advérbio ou adjetivo. Ex.: água fervendo.
3. Particípio: funciona na formação de tempo compostos e como adjetivo.
Ex.: tinham aplaudido o cantor.
Vozes do verbo
Vozes são a forma em que se apresenta o verbo para indicar a relação que há entre ele e seu sujeito. Há três tipos de vozes: ativa, passiva e reflexiva.

1. Ativa: a voz é ativa quando o sujeito é agente, isto é, produz a ação - o lobo ataca.
2. Passiva: a voz é passiva quando o sujeito é paciente, isto é, recebe a ação. Ela se apresenta de duas formas:
a) Com verbo auxiliar + particípio - a dívida foi paga por Paulo.
b) Com o pronome apassivador 'se' - alugam-se apartamentos.
3. Reflexiva: a voz é reflexiva quando o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente, isto é, produz e recebe a ação verbal.
 Aspecto
Aspecto é a maneira de ser da ação. Se dissermos, por exemplo, 'eu passeio' e 'eu estou passeando', há diferença entre ambas quanto à duração.
a) O pretérito perfeito composto, embora indique um fato concluído, revela, de certa forma, a ideia de continuidade. Ex.: eu tenho estudado.
b) Os verbos incoativos (terminados em 'ecer' ou 'escer', por exemplo), indicam uma continuidade gradual. Ex.: embranquecer é começar a ficar grisalho e envelhecer é ir
ficando velho.
c) O presente do indicativo pode: . Indicar a frequência. Ex.: o sol nasce para todos.
. Ser empregado no lugar do futuro. Ex.: amanhã vou ao teatro; se continuam as indiretas, perco a paciência. . Ser empregado no lugar do pretérito (presente histórico). Ex.: é 1939: alemães invadem território polonês.

d) O pretérito imperfeito do indicativo pode: . Substituir o futuro do pretérito. Ex.: se eu soubesse, não dizia aquilo (diria). . Expressar cortesia ou timidez. Ex.: o senhor podia fazer o favor de me emprestar uma caneta? (pode). e) O futuro do presente pode: . Indicar uma probabilidade. Ex.: ele terá, no máximo, uns setenta quilos. . Substituir o imperativo. Ex.: não matarás (não mates).

 Função
Quanto à função, o verbo pode ser principal ou auxiliar. Principal é o verbo que, numa frase, conserva sua significação plena. Auxiliar é aquele que, combinando com formas nominais de um verbo principal, forma com esse uma locução verbal. Dessa forma, o verbo auxiliar perde o ser significado próprio. O verbo principal aparece numa forma nominal (particípio, infinitivo impessoal ou gerúndio), e o auxiliar é flexionado de acordo com as características do verbo principal.
Tempos simples e compostos
Os tempos são simples quando formados apenas pelo verbo principal. São os seguintes: No indicativo - presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais que perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito. No subjuntivo - presente, pretérito imperfeito, futuro. No imperativoafirmativo, negativo. Nas formas nominais - infinitivo pessoal e impessoal, gerúndio, particípio. Os tempos são compostos quando formados pelos auxiliares TER ou HAVER mais os verbos principais. São os seguintes: No indicativo - pretérito perfeito composto, pretérito mais que perfeito composto, futuro do pretérito composto. No subjuntivo - pretérito perfeito composto, pretérito mais que perfeito composto, futuro composto. No infinitivo - pretérito impessoal composto, pretérito pessoal composto, gerúndio pretérito composto.
Número
Quanto ao número de pessoas em que os verbos são empregados, eles classificam-se em:
a) Unipessoais empregam-se só na terceira pessoa, e são: Os verbos que se regeram a vozes de animais.
Exemplo: O sapo coaxa na água parada. Os verbos que indicam necessidade, conveniência, sensação, costume Os verbos concernir, acontecer, grassar, assentar, constar, conforme os exemplos.
 b) Impessoais são os verbos que não possuem sujeito e, por isso, são conjugados só na terceira pessoa do singular. Os verbos impessoais são os seguintes: Exprimem fenômenos da natureza, como: alvorecer, amanhecer, anoitecer, chover, orvalhar, nevar, relampejar, trovejar, ventar, etc. Estar, quando indica situação de tempo. Ser, quando indica tempo. Certos verbos que indicam necessidade, conveniência ou sensação, quando regidos de preposição, em frases do tipo: Basta de provocações!
c) Pessoais são aqueles verbos conjugados nas diversas pessoas.
Exemplos: Eu me comunico. Tu danças. Ele viaja.
Formas rizotônicas e arrizotônicas
A forma é rizotônica quando a vogal da sílaba tônica recai no radical.
 Exemplos: Canto - dormes - comes.
A forma é arrizotônica quando a vogal da sílaba tônica recai fora do radical.
Exemplos: Cantamos - comeste - dormirão.
Flexão
Quanto a flexão, os verbos podem ser: regulares, irregulares, anômalos, defectivos e abundantes.
a) Regulares são os verbos que se conjugam de acordo com o paradigma de cada conjugação. Assim, se tomarmos, como exemplo, os verbos cantar, vender e partir, todos os que se conjugarem de acordo com esses verbos serão regulares.
b) Irregulares são os verbos que se afastam do modelo de sua conjugação, como: ansiar, dar, incendiar, valer, caber, trazer, pedir, vestir, ouvir, etc.
c) Anômalos são os verbos que, por apresentarem profundas irregularidades, foram assim classificados pela Nomenclatura Gramatical Brasileira, sendo eles: estar, haver, ir, pôr, ser, ter e vir. A anomalia desses verbos é demonstrada inclusive pela total mudança da raiz, como nos casos dos verbos ir e ser.
d) Defectivos alguns verbos não são conjugados em todas as pessoas, tempos ou modos e, por apresentarem tais deficiências, são denominados defectivos.
e) Abundantes são os verbos que possuem dois particípios, um regular e outro irregular.
Exemplos: aceitar, acender, completar, benzer, expulsar, exprimir, etc.
Geralmente se usa, com o particípio regular, os verbos ter e haver e, com o particípio irregular, os verbos ser e estar.
Exemplos: Maria tinha enxugado a louça. A travessa de prata já está enxuta. O diretor havia expulsado o funcionário. O aluno foi expulso
Concordância verbal é a concordância em número e pessoa do verbo (termo subordinado) com sujeito (termo subordinante) da oração. A concordância permite que não se repita o sujeito dentro de um mesmo período ou em períodos seguintes, pois ele fica claramente definido pela flexão verbal.
Ex.: Eu peguei o guarda-chuva, pois pensei que fosse chover.
· Com um só sujeito: o verbo concorda em número e pessoa com o sujeito, venha ele claro e subentendido.
Ex: Vieste de um país que não conheço.
· Com mais de um sujeito: o verbo que tem mais de um sujeito vai para o plural e, quanto à pessoa, irá:
a) Para a 1.ª pessoa do plural, se entre os a sujeitos figurar um da 1.ª pessoa;
b) Para a 2.ª pessoa do plural, se, não existindo sujeito da 1.ª pessoa, houver um da 2.ª.
c) Para a 3.ª pessoa do plural, se os sujeitos forem da 3.ª  pessoa.
Regência verbal é a ligação do verbo com os seus complementos.
a) Diretamente, sem uma preposição intermédia, quando o complemento é o objeto direto;
b) Indiretamente, mediante o emprego de uma preposição, quando o complemento é o objeto indireto.
Transitividade Verbal:
É a presença ou ausência de complementos que necessitam os verbos nocionais e verbos não-nocionais.
A transitividade sustenta-se no conteúdo léxico do verbo, podendo formar predicado simples (cujo núcleo apresenta significado lexical referente a realidades bem concretas; a tradição gramatical chama intransitivos a tais verbos) ou predicados complexos (cujo núcleo constrói-se por verbo de grande extensão semântica, necessitando, portanto, de delimitadores - os argumentos ou complementos verbais - são os verbos transitivos). Reforça que a distinção entre transitivo e intransitivo não é absoluta, pertencendo mais ao léxico do que à gramática, e refere-se aos verbos de ligação como aqueles que aparecem matizados semanticamente pelo signo léxico que funciona como predicativo. Porém a distinção não é válida no que se refere à sintaxe, uma vez que o núcleo da oração é sempre o verbo, mesmo que se trate de verbo de significado léxico muito amplo e vago, não sendo relevante a classificação do predicado para o entorno oracional.
Segue a argumentação teórica que aborda a transitividade sob aspecto semântico, tratando-a como necessidade ou não de complementação significativa. Assim, os verbos podem ser nocionais (empregam-se com função predicativa) ou relacionais (vêm combinados com adjetivo para constituir o predicado ou com forma finita de verbo nocional). Os primeiros podem ser transitivos ou intransitivos.
* Verbos NocionaisAqueles verbos que exprimem processos, indicam ação,
acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade mental
.
Ex.: Lutar, desejar, fazer, pretender, ocorrer, pensar, suceder, raciocinar ,nascer, considerar, trovejar, julga, querer.
* Verbos não-NocionaisAqueles que exprimem estado; são mais conhecidos comoverbos de ligação. Estes verbos fazem do predicado, mas não atuam como núcleo.
Ex.: ser, estar, andar, virar, permanecer, ficar, achar-se, passar, continuar, acabar,
tornar-se, persistir.
É possível distinguir, perceber se um verbo é nocional ou não quando se considera o
contexto em que é empregado.
Dessa relação de presença ou ausência de complementos dá-se a seguinte classificação:
Intransitivo: um verbo que não é acompanhado de complemento. Ou  “expressam uma idéia completa”.
Como Ex.: Criança sofre – não há complemento, pois o processo começa e termina no próprio sujeito.
Daí se afirmar que não há transitividade, necessidade da passagem do sujeito para um
elemento que funcione como alvo ou objeto.
Transitivo: ocorre quando um verbo é acompanhado de complemento.
 Ex.: Os ombros suportam o mundo. – Note-se que o ato de suportar tem um
alvo, um objeto. Este processo de necessitar de um complemento é o processo de transitividade, ou seja, transita, passa.

Transitivo direto: quando o complemento do verbo não é introduzido por
preposição obrigatória, é denominado transitivo direto.
Ex.: Levaram os livros.
Verbo transitivo direto: levar algo.
A melhor maneira de identificarmos o VTD será passando-o para a voz passiva analítica (VL + PART.). Se esse procedimento for possível, estaremos diante de um VTD. (Há poucos verbos que, embora de predicações diferentes, aceitam voz passiva. Podemos mencionar: (perdoar, pagar, responder, obedecer, desobedecer, aludir).
Ex.: Amo a Deus.
Embora seja preposicionado (“a Deus”), trata-se de objeto direto, já que o verbo é transitivo direto. Para esta última constatação, basta que façamos a conversão para a voz passiva: Deus é amado por mim.
Com isso, constata-se que se trata de VTD.
Transitivo indireto: quando o complemento do verbo é introduzido por preposição obrigatória, é denominado transitivo indireto. Pode-se utilizar a seguinte oração.
Ex.: Duvida –se de verdades indiscutíveis. – duvidar de algo.
Verbo prep.
Transitivo direto e indireto: Há verbos acompanhados dos dois
complementos. Um deles introduzido por preposição obrigatória e outro, não.
Ex.: Enviei o convite a todos. – enviar algo a alguém.